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Lê um livro menino
Porque o teu livro sabe
Tudo o que vai no mundo
E no mundo não cabe."
Maria Alberta Menéres
Alberta Menéres nasceu em 1930, em Vila Nova de Gaia, e tem uma vasta obra poética, estando representada em várias antologias nacionais e internacionais.
É autora de inúmeros programas televisivos para crianças, tendo sido Directora do Departamento de Programas Infantis e Juvenis da RTP, de 1974 a 1986.
Foi docente de Português e História e publicou mais de 60 livros para crianças( contos, poesia, BD, teatro e novela).
Em 1986, recebeu o Grande Prémio Calouste Glubenkian de Literatura para Crianças "pelo conjunto da sua obra literária e pela manutenção do alto nível de qualidade".
Como é do conhecimento geral, para que as crianças desenvolvam a criatividade devem ler bastante.Efectivamente,é através da leitura que elas entram no reino da imaginação/da fantasia e contactam com vocabulário novo e com estruturas sintácticas mais complexas; elementos essenciais para a produção de textos escritos.
Não obstante, ninguém cria a partir do nada.Para que se desenvolvam todas as competências inerentes à escrita é fundamental que os alunos contactem com muitos textos e muitos modelos.Ler é essencial!
É partindo desse pressuposto que são apresentados, com regularidade, na sala de aula,várias tipos de textos às crianças, em prosa, poesia ,banda desenhada..., lhes são indicados alguns autores de literatura infantil, cujos livros podem ser requisitados na Biblioteca da escola, e são desenvolvidas actividades que promovem o gosto pela escrita.
Assim, uma das actividades desenvolvidas consistiu na leitura da biografia da Alberta Menéres e no estudo de um dos seus textos:" O conto maluco". Posteriormente, foi proposto aos alunos que criassem um conto à maneira do que lhes tinha sido apresentado.
Os contos até ficaram bem engraçados!
Quanto à receita...as crianças juntaram uma boa dose de motivação, uma colherada de imaginação e uma pitada de rimas ou trocadilhos.
Seguidamente, procederam à revisão dos textos , eliminando algumas repetições, utilizando alguns conectores, substituindo alguns elementos e explicitando algumas ideias...
Finalmente, passaram os textos " a limpo", com a melhor caligrafia que conseguiram!
Um conto maluco
“ O pato, o gato, o rato e o cisne”
Era dia seis de Setembro e o sol brilhava no céu azul.
Ao pé do lago vivia um pato, um gato, um rato e um cisne branco com muitas penas.
O lago estava cercado por arbustos verdes e grandes.
Nas margens do lago brincavam três meninas e dois meninos, às escondidas.
Eles contavam um, dois, três, quatro…até dez, mas quando a Rita parou de contar, ouviu:
-Quá…quá.
Seguidamente, ela chamou os seus amigos para verem o que se passava e viram um pato, um gato, um rato e um cisne.
Muito elegante, o cisne saiu da água.
Então o pato abriu os olhos e grasnou:
- Quá… quá…quá…
O cisne foi atrás do pato, mas ele fugiu e disse:
-Eu não sou uma menina, ó seu pato tonto!
O gato e o rato riram-se à grande, mas o pato e o cisne ficaram ofendidos e foram atrás deles. E começaram todos numa correria louca!
Os meninos acharam piada e riram-se muito.
Depois, o pato, tonto como era, escondeu-se atrás da árvore. O rato escondeu-se na toca. O gato ficou ao sol encostado a um arbusto e o cisne ficou a brincar na água.
No final, os meninos riram-se à grande e quando chegaram a casa contaram tudo aos seus pais.
Beatriz Laranjinha
“Um conto maluco com três personagens"
Era uma vez um gigante, um balão e um coelho.
O gigante ia atrás do balão. O balão ia atrás do coelho e era uma correria que só visto!
Mas o gigante torceu o nariz, o coelho torceu o rabo e o balão deu a volta ao mundo. Quando chegou ao mesmo lugar já o gigante estava bom e o coelho já estava bom. Era o bom e o bonito!
O gigante foi para a sua casa dormir.
O coelho foi para a sua toca comer cenouras. E o balão foi passear pelo ar.
E está o conto acabado
e está o conto acabado.
Gonçalo Ranito
“Um conto maluco”
Era um vez um cão e um leão. Um dia eles decidiram ir ao parque brincar. Jogaram à macaca, às escondidas e andaram de escorrega. Entretanto, o cão disse:
- Podemos jogar ao eixo.
O leão respondeu que sim.
Começaram a jogar. O cão baixou-se e o leão saltou. O leão baixou-se e o cão saltou e foi sempre assim.
Posteriormente decidiram jogar aos túneis. O leão fazia o túnel, mas o cão ao passar por baixo ficou preso numa pedra.
O leão chamou um menino que vivia ali perto. Os dois puxaram, puxaram, mas o cão não se soltou. O menino chamou a irmã. A menina puxou o menino, o menino puxou o leão e o leão puxou o cão. Fartaram-se de puxar, puxar, mas o cão não saiu. A menina chamou o gato. O gato puxou a menina, a menina puxou o menino, o menino puxou o leão e o leão puxou o cão. Puxaram, puxaram, mas o cão não saiu. O gato chamou o rato. O rato puxou o gato, o gato puxou a menina, a menina puxou o menino, o menino puxou o leão e o leão puxou o cão. O cão saiu e ficaram felizes para sempre.
Guilherme Gigante
“Um conto maluco”
Era uma vez uma nuvem que era azul e fofa. A sua amiga, a gata castanha, usava uma coleira cor- -de-rosa.
Um dia, a gata e a sua amiga nuvem decidiram ir dar um passeio. Enquanto passeavam, um pássaro encontrou-as e começou a correr a correr atrás delas. Os três corriam uns atrás dos outros.
Entretanto, veio a pata que também se pôs a correr.
Então a nuvem correu atrás da gata, a gata correu atrás do pássaro e o pássaro correu atrás da pata. Foi uma correria …que só visto.
Entretanto a gata torceu a pata.
A pata torceu a pena e parou, mas a nuvem voou, voou, voou e deu a volta ao mundo. Quando chegou ao mesmo lugar, já a pata estava boa e o pássaro correu atrás da pata.
Mas como a nuvem era muito esperta pôs-se a voar.
A gata foi dormir para o telhado, o pássaro foi para o ninho e a pata foi para a capoeira.
E está o conto acabado.
E está o conto acabado.
Inês
“Um conto maluco”
Era uma vez uma menina e um menino. Eles não gostavam de brincar um com o outro e o menino andava sempre a correr atrás da menina.
Era uma correria que só visto!
Um dia, a menina decidiu fazer uma votação para ver quem seria o chefe daquele grupo formado só por dois elementos.
Entretanto votaram e ficaram os dois empatados, porque cada um votou em si próprio.
Começaram os dois a discutir novamente.
Depois o menino correu atrás da menina, mas fez uma ferida no joelho e teve de pôr um penso e ficar a descansar.
Entretanto a menina deu a volta ao mundo e quando chegou ao mesmo lugar o menino já estava bom. E foi o bom e o bonito!
O rapaz correu atrás da rapariga e a rapariga correu atrás do rapaz.
E está o conto acabado.
E está o conto acabado.
Maria
“Um conto maluco”
Era uma vez um balão, um feijão e um leão. Eles andavam sempre a correr atrás um do outro. Era uma correria que ninguém entendia!
Um dia, o balão e o feijão deram um encontrão. O leão, como era um espertalhão, continuou a correr a correr e chegou à selva. De seguida, o balão chegou à mão de um menino que por acaso estava ao pé do leão. O feijão estava no balde da comida do leão.
Entretanto encontraram-se no mesmo lugar; já o leão e o feijão se tinham esquecido do encontrão.
Posteriormente, o leão deitou o portão da jaula abaixo e fugiu com os seus amigos.
O leão correu atrás do feijão e o feijão correu atrás do balão.
Mais uma vez foi uma correria que ninguém entendia!
Constança
“Um conto maluco”
Era uma vez um velhote, uma velhota, um menino e uma menina.
Eles viviam numa quinta e não se davam bem.
Um dia, a menina e o menino andaram a lutar e o velhote e a velhota decidiram parar com essa briga.
Então o menino correu atrás da velhota.
Entretanto, a velhota tropeçou na perna de um deles e caiu em cima de todos.
A velhota ficou a sangrar do joelho e foi parar ao hospital. Mas no dia seguinte já estava boa.
Eles ficaram felizes para sempre!
Martim
“Um conto maluco”
Era uma vez um cão, um gato e um gigante. O gigante corria atrás do cão e o cão corria atrás do gato.
Era uma correria que só visto…
Entretanto, o cão torceu a pata e parou para ladrar.
O gato torceu a cauda e parou a miar:
-Miau, miau, miau.
O gigante correu, correu, correu e deu a volta ao mundo. Quando chegou ao mesmo lugar, já o gato estava bom e o cão estava bom.
E foi o bom e o bonito.
Num dia de sol, apareceu um leão e juntou-se ao grupo, mas o gigante não o queria lá.
O gigante mandou-o embora, mas o leão queria entrar no grupo, por isso o leão mordeu-lhe a mão e fez-lhe uma ferida. O cão foi buscar um lenço molhado e trouxe-o preso na boca.
Então o gigante disse:
- O lenço está muito frio.
O cão respondeu:
- Ão, ão, ão.
O gigante não percebeu nada do que o cão disse, mas, entretanto, o gato disse:
-Miau, miau, miau.
Era o gato a dizer que o que deixasse entrar no grupo.
- Está bem, eu deixo-o entrar, - disse o gigante.
Pedro Catalão
“Um conto maluco”
Era uma vez um rato, um cão e um periquito.
Eles davam-se muito mal; passavam a vida atrás uns dos outros.
O cão corria atrás do rato. O rato corria atrás do periquito e era uma corrida que só visto.
Um dia, o cão parou, torceu a orelha e ladrou. Então o rato parou e virou-se a olhar para o cão.
O periquito não parou e deu a volta ao mundo. Quando parou percebeu que chegou ao mesmo lugar.
Depois o cão já estava bom e o rato também já estava bom. Mas como eles nunca chegavam a um consenso tiveram de ir a votos.
Foram a votos e quem ganhou foi o cão.
Agora ele é que mandava no grupo.
A partir daí nunca mais andaram uns atrás dos outros e passaram a concordar com o que os outros diziam.
Rodrigo Martins
“Um conto maluco”
Era uma vez três ursinhos chamados Teddy, Pedy e Medy. Eles queriam decidir quem mandava em casa, enquanto as crianças estavam fora.
Como os ursinhos não se entendiam, a Medy sugeriu que fizessem uma votação. O Teddy concordou e disse:
- Boa ideia!
Mas o Pedy não concordou e começaram a correr uns atrás dos outros, pela casa fora!
Era o Teddy atrás do Pedy e o Pedy atrás da Medy. Era uma correria que … só visto!
O Teddy torceu a pata e parou a chorar, o Pedy torceu o focinho e parou… a Medy deu a volta a casa e quando voltou ao mesmo sítio já o Teddy estava bom e o Pedy estava bom.
Continuaram a correr a correr… até que as crianças chegaram. Depois foram todos dormir.
No dia seguinte todos concordaram em fazer uma votação!
O Teddy anunciou os resultados dizendo:
- Quem ganhou foi… a Medy!
Finalmente chegaram a um consenso.
E está o conto acabado,
E está o conto acabado.
Sofia Raquel
“O dragão encontra o amigo pato.”
Era uma vez um dragão vermelho. Ele era um dos corredores mais rápidos do mundo. Os seus amigos eram um pato verde e um cão chamado “Salsichas.”
O dragão morava num castelo que flutuava, o cão numa casota verde e o pato numa casa feita de ervas daninhas. O dragão comia carne de menino, o cão mordia os ossos e o pato comia salmão.
Um dia, o pato viu o seu amigo. Era o dragão. Este disse: -Como estás? Há tanto tempo que não te via!
Falaram sobre a biografia de cada um. Rapidamente ficou de noite e o pato teve de se ir embora. Despediu – se do amigo dragão e pelo caminho encontrou o seu amigo Salsichas que lhe perguntou:
-Queres que te leve a casa?
-Sim, quero. -disse o pato.
“Conto maluco”
Era uma vez um cão, o João e um feijão.
Eles andavam sempre a brigar.
Um dia fizeram uma corrida. O cão corria atrás do João e o João corria atrás do feijão.
O feijão correu …correu… correu e deu a volta ao mundo.
Quando o feijão chegou já o João estava a dormir e o cão estava a comer.
No outro dia fizeram outra corrida entre o João e o feijão. Quem ganhou foi o feijão, que ficou em primeiro lugar; o João ficou em segundo lugar.
Gustavo